Vasos, escolha do material e plantio.

Cada planta tem por seus hábitos uma afinidade maior ou menor com um certo tipo de vaso, isso se deve ao fato de que cada material tem características físico-químicas diferentes e por sua vez estas influem na natureza do solo e na saúde das plantas. Hoje há no mercado uma vasta opção de formas e tamanhos de vasos, sendo que os materiais mais freqüentes são:

CERÂMICA

ㅤㅤTem por característica principal a porosidade o que propicia uma ótima aeração das raízes das plantas, contudo a cerâmica, quando nova, tende a alcalinizar ligeiramente o solo e faz com que este seque com uma certa rapidez, razões pelas quais é o material ideal para o plantio de cactos,suculentas e plantas que gostam de solo mais seco. Existem vasos cerâmicos com furos extras nas laterais indicados para o cultivo de orquídeas e bromélias e ainda modelos com uma face achatada para pendurar em muros e paredes que podem ser usados na composição de jardins verticais. Para flores e plantas mais delicadas que necessitam mais umidade recomenda-se a impermeabilização do lado interno do vaso, contudo aí se perde o efeito de aeração, ficando apenas o apelo estético da cerâmica.
ㅤㅤUm vaso cerâmico de boa qualidade deve ter cor uniforme e quando se bate de leve em sua superfície deve ser ouvido um som ressonante e não oco. De modo geral são recipientes que possuem um charme especial quando estão agrupados em conjuntos com formas e tamanhos variados; a superfície externa com o tempo adquire uma pátina esbranquiçada ou esverdeada que confere aspecto de rusticidade e antiguidade, é difícil que preservem a aparência de “novo em folha” por muito tempo mesmo com limpeza constante.
ㅤㅤUma variante da cerâmica convencional é a terracota de cor mais suave e de peso mais leve que usualmente é usada na confecção de cachepôs.

PLÁSTICO

ㅤㅤOs de primeira linha, disponíveis em várias cores, são de ótima qualidade, resistentes e duráveis, além de possuir leveza e impermeabilidade, geralmente possuem tratamento U.V. e resistem por bom tempo mesmo expostos ao Sol. Os reciclados de cor preta são de qualidade um pouco inferior, também são leves e impermeáveis, duram menos quando expostos ao Sol e pela cor escura tendem a aquecer o solo o que pode ser fatal para certas plantas. Os vasos de plástico são neutros e não alteram o ph do solo e como não têm poros o solo em seu interior não transpira conservando a água das regas por mais tempo, plantas que gostam de umidade, como filodendros, jibóias, lírio da paz e alguns arbustos se dão muito bem nestes recipientes.
ㅤㅤCom o desenvolvimento da indústria do plástico, hoje se encontra no mercado uma grande variedade de modelos, tamanhos e acabamentos que incluem texturas que imitam o fulgeado, o concreto, a cerâmica e as texturas acrílicas. Os vasos plásticos conservam a boa aparência por um período longo o único problema é que os vasos sem tratamento U.V. ressecam e se tornam quebradiços.
ㅤㅤApesar de tecnicamente a fibra-de-vidro não ser um tipo de plástico, os vasos feitos deste material possuem comportamento análogo aos feitos de plástico, contudo são muito mais duráveis e aceitam modelagens em tamanhos de grandes dimensões sem perder força e leveza.
Pode-se seguramente afirmar que a maioria das plantas produzidas, o são em vasos de plástico por razões práticas. No uso doméstico é necessário estar atento quanto as regas para não encharcar as plantas e causar o seu apodrecimento. Um uso muito prático e freqüente para os vasos de plástico é como recipiente leve para plantas usadas em cachepôs.

FIBRAS NATURAIS

ㅤㅤCom o advento da proteção à Samambaia gigante ou Xaxim que se encontrava em extinção, houve um desenvolvimento no aproveitamento de outras fibras vegetais renováveis para a produção de vasos sendo que a fibra do coco é a mais importante neste setor.
O vaso feito com as fibras secas da casca do coco em conjunto com uma goma vegetal apresenta-se extremamente leve, poroso e com capacidade de reter umidade; exatamente as mesmas características do ameaçado xaxim.
ㅤㅤEste revolucionário material está disponível na forma de: – vasos comuns, vasos para parede, palitos, estacas e painéis, e pode ser usado para o cultivo da maioria das folhagens tropicais como: – Samambaias, avencas, jibóias, trepadeiras e begônias. É também muito apreciado por orquídeas, bromélias e plantas epífitas (que crescem sobre árvores).
Os vasos de fibra de coco tem um período de duração médio de 4 anos, podendo chegar a 6 anos dependendo do tipo de planta, após este prazo ele começa a se decompor e pode ser reutilizado na forma de substrato de plantio.
ㅤㅤTambém são encontrados no mercado cestos com armação metálica revestida com fibras de bananeira e córtex de coco (a parte mais interna da casca que parece madeira), quando as fibras estão “gastas” basta comprar o refil e fazer a substituição.
ㅤㅤAtenção: – Não compre produtos de Xaxim, pois além de estarem proibidos ameaçam a existência de uma das mais antigas plantas da Flora Brasileira.

CONCRETO E ARGAMASSA ARMADA

ㅤㅤConhecidos popularmente como vasos de cimento, tem por característica principal a resistência ocasionada pela mistura de cimento e areia usado na confecção do vaso, a diferença básica entre um vaso de concreto e outro de argamassa armada é que o primeiro não possui reforço interno enquanto que o segundo possui uma armadura de tela ou barras de ferro no interior da argamassa o que confere maior resistência. Assim como nos vasos de cerâmica a porosidade do material, nos vasos de cimento, confere aeração ao solo, e, enquanto novos, tendem a alcalinizar ligeiramente o solo, contudo este material retém mais umidade que os de cerâmica e propicia o plantio de diversos tipos de plantas. Existem vasos de concreto ou argamassa armada em diferentes estilos e modelos desde clássicos com relevos e trabalhos intrincados, até os contemporâneos de linhas mais retas e limpas. Estes vasos podem ser feitos em grandes tamanhos e possibilitam o plantio de exemplares robustos, contudo pelo fator peso deve-se avaliar previamente o local de instalação para evitar problemas futuros quanto à estrutura dos edifícios e locomoção posterior dos vasos.
ㅤㅤPara o plantio de flores e plantas de pequeno porte existem, em cimento, variados modelos de floreiras, porém recipientes com menos de 20cm de profundidade são rasos para a maioria das plantas que preferem solo com pelo menos esta profundidade para que cresçam e vicejem a contento.
ㅤㅤUm vaso de concreto ou argamassa armada deve ter cor uniforme e quando se bate de leve em sua superfície deve ser ouvido um som ressonante e firme. Vasos com rachaduras externas e aparência farelenta demonstram muita areia na composição da mistura e são frágeis e quebradiços. A superfície externa permanece bonita por bom tempo, sobretudo se o vaso for impermeabilizado por dentro; pintura simples externa deve ser evitada, pois descama com facilidade e deve ser retocada com freqüência; em seu lugar deve-se optar por textura acrílica, esmalte cerâmico ou fulgeado. Por sua aparência ao mesmo tempo rústica e despojada, aliada a linhas simples e durabilidade, os vasos feitos de concreto ou argamassa armada combinam muito bem com construções modernas e contemporâneas.

DICAS

ㅤㅤPreparo dos vasos para plantio: Dependendo do material escolhido, será necessário tratar os vasos antes de colocar as plantas, seguem alguns conselhos:

PLÁSTICO E FIBRAS DE VIDRO

ㅤㅤOs vasos destes materiais não necessitam de tratamento prévio uma simples limpeza é suficiente.

FIBRA DE COCO

ㅤㅤColoque os vasos deste material dentro de uma pia ou tanque abra a torneira e deixe que a água encharque as fibras, depois deixe escorrer o excesso de água e o recipiente está pronto para o uso.

CONCRETO OU ARGAMASSA ARMADA

ㅤㅤMolhe abundantemente até que o vaso esteja impregnado de água, deixe secar um pouco e está pronto para o plantio.

Quanto ao plantio em vasos

Drenagem – é importante dispor no fundo dos vasos algum tipo de material drenante que impeça o acúmulo excessivo de água; cascalho, brita, cacos cerâmicos e argila expandida são exemplos de bons materiais drenantes. Sobre o material drenante é conveniente dispor um pedaço de manta de bidim ou poliéster que permite a passagem da água e impede a passagem do solo. A espessura da camada deve ser de 1/6 a 1/10 da altura total do vaso.
Composto – é a mistura de solo utilizada no plantio. A maioria das plantas desenvolve-se bem em uma mistura de partes iguais de terra argilosa, composto orgânico e areia. Existem hoje no mercado substratos prontos de boa qualidade que são muito práticos, contudo certifique-se do tipo de composto que a planta prefere.
Profundidade de plantio – as plantas apresentam uma região onde o tronco encontra-se com as raízes chamada colo; é importante não enterrar esta parte em demasia, pois algumas plantas perdem o viço e mesmo morrem se isto ocorrer. Uma forma prática de se evitar este problema é nivelar o composto do vaso com o nível do composto da muda a plantar.
Cuidados pós plantio – regar as mudas ou plantas recém “envasadas” e deixá-las em posição abrigada de ventos e sol forte até que estejam adaptadas ao seu novo recipiente, em geral isto leva de 5 a 10 dias, depois as plantas podem ser movidas para o local definitivo.

Atenção: – Evite plantar ou transplantar quando o Sol está muito forte, raízes expostas ao Sol por muito tempo pode ser prejudicial às plantas. Dê preferência às primeiras horas da manhã ou ao final da tarde.