A IMPORTÂNCIA DO SOLO
Cada tipo de planta requer um solo adequado às suas necessidades para que cresça vigorosa e demonstre o esplendor de sua espécie. Quando plantadas em solo inadequado, a maioria das espécies não chega a morrer, mas fica enfraquecida e não atinge o máximo desenvolvimento.
PLANTAS DE VASO E JARDIM
ㅤㅤEstando confinadas em um espaço limitado é certo afirmar que as plantas cultivadas em vasos requerem mais cuidado e atenção quanto ao tipo de solo usado em seu plantio, assim como na reposição de nutrientes por meio da adubação periódica. A composição do solo é muito importante nos vasos, pois a quantidade limitada de composto que contém pede uma formulação de mistura que acaba sendo muito diferente da que há em um jardim.
ㅤㅤPor geralmente se tratar de um ambiente mais amplo que vasos, os canteiros de jardim possuem características físicas e químicas próprias sendo que em sua execução são geralmente incorporados elementos como compostos orgânicos e adubos de iniciação que vão incentivar o solo local promovendo a criação de microbiologia que ajudará no desenvolvimento das plantas.
ㅤㅤA principal diferença entre as plantas de vasos e as de jardim reside no fato que as primeiras estão com as raízes “presas” enquanto que as outras estão “livres” para expandir suas raízes em busca de nutrientes e água. Por esta razão muitas espécies que são belas em jardins não se adaptam ao cultivo em vasos por longos períodos ou requerem cuidados frequentes e misturas de solo especiais para que fiquem viçosas.
ㅤㅤO correto seria replantar os espécimes de vasos a cada ano ou de acordo com a periodicidade recomendada para a espécie, fornecendo solo fresco e nutritivo, e quando o exemplar tornar-se demasiado grande para vasos plantá-lo no jardim.
ㅤㅤQuanto às plantas de jardim, uma vez adaptadas, poderão ser adubadas duas ou quatro vezes ao ano segundo a espécie. Em alguns jardins o equilíbrio biológico de gasto e reposição de nutrientes fica tão equilibrado que adubações extras são quase desnecessárias.
SOLO: UM ASPECTO FUNDAMENTAL
ㅤㅤÀs vezes há um vaso com uma planta que está na posição correta de iluminação, bem arejada, adequadamente regada, em suma muito bem cuidada; mas por alguma razão este exemplar não atinge o vigor e a exuberância típicos de sua espécie, o que há de errado? – O solo.
ㅤㅤUm determinado exemplar nativo de uma região naturalmente rica em calcário e por isto, de solo alcalino, se transplantado para um vaso com solo rico em turfa e por conseqüência ácido, não vai se desenvolver bem. Ele só não morre porque qualquer composto possui um mínimo de nutrientes essenciais. No entanto, para que uma planta se desenvolva bem, é preciso que o substrato que envolve suas raízes possua características semelhantes às de seu local de origem.
ㅤㅤQuase sempre ao se preparar um vaso utiliza-se terra de fontes próximas que parecem adequadas, no entanto a terra comum pode estar desgastada por vários fatores ambientais como erosão, produtos químicos, exposição demasiada ao sol e ao vento, e em conseqüência destes estar pobre em matéria orgânica, nutrientes básicos e micro-elementos.
ㅤㅤApós muito tempo de cultivo de plantas em vasos e observando suas necessidades, agrônomos e cultivadores, chegaram a três grupos distintos de misturas para plantas em vasos que são utilizadas para mudas, plantas adultas e plantas vigorosas, fornecendo os nutrientes básicos e as características físicas de solo para cada um destes grupos.
ㅤㅤAlguns grupos de plantas como os cactos, as suculentas e as orquídeas pedem tipos específicos de misturas que não se enquadram nas composições típicas.
CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA MISTURA
ㅤㅤPara que as plantas cultivadas em vasos possam obter tudo o que necessitam uma boa mistura de ingredientes é fundamental para a obtenção de um substrato composto adequado, uma porcentagem equilibrada de argila, areia e adubo é a chave do substrato equilibrado. A terra comumente encontrada é argilosa e retém uma boa porcentagem de umidade; a areia grossa lavada de porto (areia de construção) serve para aumentar o índice de vazios do solo, auxiliando na drenagem; o adubo mais indicado é o esterco de curral curtido ou esterco de cogumelo curtido, esta matéria orgânica tem a função de enriquecer a mistura tornando-a mais leve e de promover o desenvolvimento de bactérias benéficas às plantas.
ㅤㅤA receita do composto de base é de sete partes de terra comum, três partes de esterco e uma parte de areia grossa; todos componentes medidos em volume. Dependendo do PH da terra, pode ser necessário o acréscimo de calcário dolomítico, a maioria das plantas prefere um PH ligeiramente ácido próximo à neutralidade, com valores de 6,0 a 6,5.
ㅤㅤVerifique as necessidades de PH de seus exemplares pois há uma variação considerável nos valores, Azaléias e Urzes preferem PH ácido com valores inferiores a 6,0 ; cactos e plantas de deserto se adaptam melhor em PH alcalino acima de 7,0.
DIFERENTES COMPOSIÇÕES
ㅤㅤCada fase de desenvolvimento ou tipo de planta pede uma mistura, executada sob determinada composição, seguem as composições básicas usuais.
MISTURA 1
ㅤㅤPara mudas novas obtidas por estaquia, mudas obtidas de sementes, mudas jovens adquiridas em saquinhos ou pequenos vasos, plantas em recuperação de raízes. Misture os componentes na seguinte proporção:
- 30kg de composto base (07 partes de terra comum, 03 partes de esterco e 01 parte de areia grossa);
- 110g de adubo químico (NPK 10/10/10);
- 20g de calcário dolomítico.
MISTURA 2
ㅤㅤPara plantas adultas que serão replantadas para vasos médios ou grandes. Esta mistura pode ser empregada para a maioria das folhagens e arbustos decorativos. Misture os componentes na seguinte proporção:
- 30kg de composto base (07 partes de terra comum, 03 partes de esterco e 01 parte de areia grossa)
- 250g de adubo químico (NPK 10/10/10)
- 50g de calcário dolomítico.
MISTURA 3
ㅤㅤPara plantas de crescimento rápido que precisam ser plantadas em vaso grandes. Esta mistura é indicada para palmeiras, fícus, filodendros, jibóias, tuias e outras plantas grandes. Misture os componentes na seguinte proporção:
- 30kg de composto base (07 partes de terra comum, 03 partes de esterco e 01 parte de areia grossa)
- 450g de adubo químico (NPK 10/10/10)
- 100g de calcário dolomítico.
MISTURA 4
ㅤㅤPara cactos, agaves, pata de elefante e plantas suculentas. Misture os componentes na seguinte proporção:
- 30kg de composto base (07 partes de terra comum, 03 partes de esterco e 01 parte de areia grossa)
- 15 kg de areia grossa
- 110g de adubo químico (NPK 10/10/10)
- 20g de calcário dolomítico.
MISTURA 5
ㅤㅤPara orquídeas, bromélias e samambaias. Misture os componentes na seguinte proporção:
- 02 partes de composto fibroso para orquídeas (fibra de coqueiro, casca de pinus, folhas secas)
- 01 parte de substrato pronto para plantas
- 01 parte de areia grossa
- 01 parte de carvão moído.
O solo é a base sólida sobre a qual o paisagismo floresce, nutrindo não apenas as plantas, mas também os sonhos e a beleza que transformam espaços em verdadeiros jardins de encanto.