
A RIQUEZA DAS SOMBRAS
Muitas vezes a configuração dos espaços arquitetônicos acaba por produzir recantos sombreados, como corredores que ladeiam muros de divisa, amplas varandas e pátios internos; noutros locais o que causa a incidência de sombra é a presença de árvores, palmeiras ou plantas altas que bloqueiam parte da luz solar, criando pontos estratégicos de aconchego e frescor no jardim.
A condição ambiental conhecida como sombra caracteriza-se pela incidência de luz solar por breves períodos (02 a 03 horas no máximo) geralmente ao nascer e pôr do Sol, sendo que no restante do período ocorre uma luz difusa e tranqüilizante; sombra definitivamente não quer dizer ausência de luz, mas sim que sua presença é mais sutil, quase etérea. As sombras, vistas muitas vezes como fator negativo nas casas ou apartamentos, passam a ser uma vantagem para exemplares selecionados de floríferas e folhagens que conferem ao local uma atmosfera serena que pode ser aproveitada para momentos de descanso ou mesmo para uma refeição informal em meio ao jardim.

A composição paisagística dependerá do espaço disponível e das características do jogo de luz e sombra; aconselha-se que exemplares de grande porte como palmeiras e shefleras sejam dispostos de modo a criar panos de fundo para a paisagem que se está criando e de preferência plantados em grandes vasos ou no solo; espécies que criam maciços como antúrios e lírio da paz, dispostos em canteiros ou vasos, podem ser agrupadas próximas aos exemplares maiores criando profundidade e perspectiva; samambaias criam ótimo efeito visual compondo painéis que recobrem paredes e muros; plantas exóticas e de folhagem colorida como marantas e bromélias podem ser empregadas como pontos focais; um bonito vaso pode receber um arranjo com orquídeas e posto sobre uma mesa ladeada por cadeiras, ótimo local para ler um bom livro, descansar ou reunir-se com os amigos em uma tarde de verão, afinal não existe nada melhor que um pouco de “sombra e água fresca”.