“Um continente que evoca lugares selvagens e mistério, - África – grande seleiro de diversas plantas ornamentais”
PLANTAS AFRICANAS
ㅤㅤÁfrica, segundo mais extenso continente do planeta, estendendo-se desde o Mar Mediterrâneo ao norte, até o Cabo da Boa Esperança ao sul, atravessando o Trópico de Câncer, o Equador e o Trópico de Capricórnio. Por sua configuração geográfica peculiar abriga variados climas e por consequência uma enorme gama de vida vegetal.
ㅤㅤAs cadeias montanhosas do Atlas ao norte do Saara possuem um clima brando e temperado com paisagens que lembram mais a Europa que a África. Nestas montanhas predominam prados alpinos com gramíneas e flores e em seus vales e sopés, em direção ao litoral mediterrâneo, há bosques contendo uma mescla de pinheiros, cedros e árvores caducifólias.
ㅤㅤO Saara, mais extenso deserto do globo, ocupa a maior parte da porção norte do continente, abriga poucas e esparsas mostras de vegetação, sendo a espécie de grande porte predominante a Tamareira que aparece em grande número junto aos oásis e acompanhando o curso dos grandes rios a exemplo do Nilo.
ㅤㅤA paisagem seca muda à medida que se avança rumo ao Equador, nesta zona o clima quente e úmido provoca o aparecimento de uma luxuriante floresta que em alguns pontos chega ao litoral atlântico, é a Floresta do Congo, que muitos estudiosos consideram como bioma irmão da Floresta Amazônica por similaridades quanto à estrutura, regime climático e diversidade de flora e fauna.
ㅤㅤDepois desta faixa de floresta a paisagem volta a ficar mais seca, porém não desértica, é a zona de savana, a mais típica paisagem africana, um campo de gramíneas e arbustos baixos pontilhados aqui e ali por algumas árvores (principalmente acácias). Um ecossistema com muitas plantas de aparência exótica, lar das grandes manadas de animais e provável berço da humanidade.
ㅤㅤAlém destas paisagens típicas o continente africano reserva outras surpresas como os planaltos alpinos da Etiópia, o vale dos grandes lagos (Vitória, Tanganica e Malawi) e os picos nevados dos grandes vulcões (Monte Kilimanjaro e Monte Kênia), cada ambiente contendo sua coleção particular de plantas e animais, verdadeiras arcas evolucionárias deste que é considerado o mais selvagem dos continentes.
ㅤㅤVárias espécies de plantas africanas são empregadas no paisagismo, com cultivo tão difundido, que muitas delas já estão incorporadas aos jardins cotidianos e passam quase imperceptíveis mescladas às plantas tropicais nativas.
Palmeiras
ㅤㅤExistem diversas espécies destas plantas desde as de clima seco até exemplares de clima tropical úmido, sendo estes últimos os mais comumente cultivados. A maioria é oriunda da Ilha de Madagascar e algumas da África continental, possuem porte de médio a grande – 5,00 a 15,00 metros de altura e folhas pinadas ou palmadas. Destacam-se as espécies: – Neodypsis Decary (Palmeira triângulo), Crysalidocarpus lutescens (Areca bambu), Bismarkia nobilis (Palmeira leque azul), Dypsis madagascariensis (Areca Locuba), Elaeis guineensis (Dendê) e Phoenix canariensis (Tâmara das Canárias).
ㅤㅤUso paisagístico: – Planta isolada em posição de destaque ou compondo agrupamentos e alamedas da mesma espécie.
MUSÁCEAS
ㅤㅤAs espécies nesta família destacam-se pelo exotismo das flores e pelo porte que algumas destas plantas desenvolveram em terras africanas com formatos diferentes aos dos seus congêneres de outras partes do mundo. A maioria é oriunda de florestas tropicais ou locais úmidos, possuem porte médio de 90 a 120cm nas Strelitzias herbáceas, e grande de 4,50 a 15,00 metros de altura no caso da Ravenala e Strelitzia augusta. Possuem as folhas em formato de remo agrupadas em forma de leque. Destacam-se as espécies: – Ravenala madagascariensis (Árvore do viajante), Strelitzia augusta (Estreliza branca), Strelitzia reginae (Ave do paraíso) e Strelitzia juncea (Estreliza folha de lança).
ㅤㅤUso paisagístico: – Exemplares de grande porte (Ravenala / Strelitzia augusta) – planta isolada em posição de destaque ou compondo pequenos agrupamentos. Strelitzias herbáceas – compondo agrupamentos da mesma espécie ou junto à outras plantas tropicais criando maciços visuais.
DRACENAS
ㅤㅤSão plantas que se caracterizam por apresentar tufos de folhas lineares no topo de longos troncos e galhos, existem em variados tamanhos desde espécies arbustivas com até 3,00 metros de altura até verdadeiros colossos como a dracena dragão das Canárias uma robusta árvore de mais de 25 metros de altura que vive por vários séculos.
ㅤㅤDestacam-se as espécies: – Dracena goldsefiana (Planta confete), Dracena marginata (Dracena tricolor), Dracena deremensis (Dracena variegata), Dracena sanderiana (Falso milho), Dracena arbórea (Dracena verde) e Dracena darco (Dracena dragão das Canárias).
Uso paisagístico: – Exemplares de grande porte (Dracena arbórea / Dracena daco) – planta isolada em posição de destaque ou compondo pequenos agrupamentos. Dracenas arbustivas – compondo agrupamentos da mesma espécie ou junto à outras plantas tropicais criando contrastes de massas.
ㅤㅤExistem muitas outras plantas utilizadas em paisagismo que são de origem africana e não se enquadram em nenhum dos grandes grupos acima descritos, são exemplares de rara beleza que criam pontos focais interessantíssimos seja pela forma rara ou pela floração e folhagem. São plantas tropicais ou suculentas, sendo que o cultivo varia muito de uma espécie para outra.
ㅤㅤDestacam-se as espécies: – Zamioculcas zamiofolia (Zamioculca) – da família das aráceas chama a atenção pelas folhas verdes brilhantes e caule suculento, pede pouca água e posição sombreada; Adenium obesum (Adênio) – da família das apocináceas possui a base do tronco dilatada e de seus galhos nascem belas flores rosadas, pede pouca água, solo drenado e posição bem iluminada; Pachypodium lamerei (Paquipódio) – da família das apocináceas possui tronco grosso e ramificado recoberto por espinhos, é conhecido como palmeira de Madagascar embora não seja aparentado a estas plantas, fica particularmente interessante em jardins rochosos.
ㅤㅤO uso das plantas africanas traz para qualquer arranjo paisagístico um toque de exotismo e um pouco do esplendor das terras selvagens para junto do contexto urbano.