ㅤㅤNesse espaço democraticamente aberto a todos, pode-se “sentir”, em toda a extensão da palavra, mais de 100 plantas. É uma viagem por texturas aveludadas, lisas ou rugosas; por perfumes adocicados, inebriantes ou apenas sutis; por formatos globulares, pendulares, apicais; por sabores cítricos, amaros ou refrescantes. Ali, ninguém precisa enxergar para “ver” o jardim e sentir sua vida. Aliás, o interessante é que não se enxergue mesmo. Tanto que, aos visitantes não portadores de deficiência visual, é oferecida uma venda, a fim de que explorem melhor aos seus outros sentidos.

ㅤㅤAs sensações auditivas, táteis, olfativas e gustativas são complementares pelas explicações dos monitores voluntários que trabalham no parque. E os visitantes não são conduzidos só por eles, mas também por um corrimão feito de modo a proporcionar diferentes elementos táteis, que indicam a direção a seguir. Amante da natureza por profissão e gosto pessoal, Regina não aceitava a idéia de que alguém, por alguma disfunção sensorial, não pudesse desfrutar os prazeres maravilhosos que a observação da natureza proporciona. Não contente com a possibilidade de que as plantas e demais elementos pudessem ser tateados, terem seus perfumes apreciados e seus sons ouvidos, ela tratou de aliar a certas plantas o gosto característico. Assim , depois de avaliar a tessitura e o aroma da planta, o visitante pode saboreá-la, já que potes com balas correspondentes a cada planta estão sempre à disposição.

ㅤㅤCriado especificamente para os portadores de deficiência, sobretudo a visual, o Jardim dos Sentidos atraiu muito o público em geral. Crianças em idade escolar, pesquisadores ou simples curiosos, todos querem experimentar as sensações que ele proporciona. A autora da obra define o sucesso do Jardim dos Sentidos com a seguinte frase: – “ Com os olhos fechados, sente-se melhor a vida!”