PEDRO MIWA

cactos e suculentas

As vastas zonas semi-áridas e desérticas do mundo moldaram um grupo de plantas que sem dúvida se enquadram entre as mais resistentes e exóticas que existem: – As plantas suculentas e  os cactos.

       Quem ainda não teve um vasinho com dedinhos verdes (Sedum pachyphylum), usou uma folha de babosa (Aloe vera)  ou viu um desenho animado com cactos que parecem ter braços (Carnegia gigantea); esta vasta família de plantas pode ser encontrada em quase todos os continentes à exceção das regiões polares, contudo a maioria dos gêneros e espécies estão concentrados nas Américas e na África. As plantas suculentas e os cactos caracterizam-se pela capacidade de armazenar água em seus tecidos celulares para suportar períodos de seca, também possuem pele espessa e quase sempre espinhos para reduzir a perda de água pela evaporação e proteger o corpo da planta do excesso de radiação solar e do ataque de animais. Ao contrário do que se imagina estas plantas não só resistem ao calor extremo dos tórridos dias de sol,  mas também, ao frio extremo; na maioria dos desertos a temperatura cai a níveis muito baixos até negativos durante a noite e a madrugada. Para obter a água necessária ao crescimento de todo vegetal, estas hábeis plantas se valem de sulcos e canais em seus corpos que captam e direcionam o orvalho da noite ao sistema de raízes, quando chove nas regiões áridas, o que é raro, estas plantas rapidamente absorvem a maior quantidade de água possível; um cacto gigante do arizona (Carnegia gigantea) de 10 metros de altura pode absorver e armazenar mais de 2.000 litros de água após uma chuvarada.

       Em algumas partes do mundo plantas suculentas e cactos são importantes para a economia local  o agave azul é usado no México para a produção de tequila, no Brasil as fibras do sisal são usadas na fabricação de cordas e as palmas (cactos do sertão) são usadas como alimento para o gado, na Europa os frutos do figo da índia (cacto opuntia) são muito apreciados.

      A capacidade notável de sobreviver com pouca água, aliada ás formas exóticas destas plantas faz com que atualmente muitas delas sejam utilizadas em projetos de paisagismo e decoração de ambientes.

       Plantas suculentas como a Pata-de-elefante (Nolina recurvata), Iúca (Yuca aloifolia) e Lança (Sanseveria cilindrica) combinam muito bem com ambientes de decoração contemporânea, ficando muito bonitas em vasos retos ou cachepôs de vidro. Os cactos de variadas espécies também são muito decorativos belas espécies miniaturas podem ser cultivadas no peitoril de janelas, vasos de parede e floreiras ensolaradas, no caso de cactos de grande porte recomenda-se o uso de grandes vasos ou plantio direto no jardim, as espécies do gênero Cereus, conhecidos popularmente como “mandacarus”, tem poucos ou nenhum espinho não oferecendo perigo; os cactos mais espinhosos como o ouriço dourado (Echinocactus grussonii) devem de preferência ser dispostos no centro dos canteiros ou em cantos isolados, para evitar acidentes. Nos jardins os cactos ficam muito bonitos combinados com plantas suculentas como as babosas (Aloes), sisais (Agaves), bromélias e suculentas da família das crassuláceas (dedinhos verdes, planta-jade e echevérias).

       No cultivo doméstico é importante plantar os cactos e as suculentas em solo que drene bem, a mistura recomendável é de uma parte de terra para uma parte de areia; o fundo do vaso deve ter uma camada de argila expandida ou cacos cerâmicos para ventilar as raízes e escorrer o excesso de água; adubar uma vez por ano no início da primavera com adubo orgânico; recomenda-se regar a cada semana no calor e uma vez por  quinzena no inverno; deixar as plantas em posição bem luminosa de preferência com sol.

Cultivando algumas destas plantas estabelecemos contato com o exotismo dos ambientes extremos e áridos do planeta.